Eu, Carla Brum.
Rio de Janeiro
O Meu Chegar na Fotografia
Outro dia, assisti um vídeo que dizia que desde pequenos damos indícios do nosso caminhar “profissional”, que já somos aquilo que somos. Mas no vídeo, também era explicado que durante nossa caminhada de criança e principalmente adolescente, geralmente deixamos para trás essa nossa essência profissional. Ser advogado, médico, engenheiro ou prestar um concurso público era e ainda é considerado sinônimo de dinheiro, status e felicidade profissional. Eu até tentei seguir o caminho da dita “normalidade”, mas meu despertar para a arte uma hora falou mais alto.
Tenho muitas fotos da minha infância e sou muito grata à minha mãe e aos meus tios Marcio e Sonia por isso. É verdade que somente fatos acontecidos após cinco anos de idade são trazidos mais facilmente à nossa memória. Então, muito da minha vida de bebê e criança eu resgato através desse acervo que tenho. Percebo como fui amada, relembro como era a primeira escola onde estudei, que meus traços do rosto continuam os mesmos, que meu pai era presente, que meus tios muitas vezes me proporcionaram momentos de diversão. Ou seja, revivo o meu tempo de bebê e criança.
Cursei Turismo na faculdade, trabalhei cinco anos na aviação e depois fui para telecomunicações onde fiquei oito anos. Da experiência que tive em grandes empresas, o mais legal era estar em equipe. Conhecer pessoas, ouvir pessoas, lidar com pessoas, aprender com pessoas: tenho muitas histórias de todos os tipos para contar.
Quando decidi sair do mercado corporativo, a única coisa que eu tinha certeza era a de que eu gostaria de ter o meu próprio negócio para gerir e colocar do meu jeito. Fazer meu próprio horário, ter mais qualidade de vida, estar mais comigo mesma. Viver as metas de outras pessoas já não me satisfazia mais.
Nessa época eu ainda não sabia que a fotografia me acolheria, que seria a minha arte e minha nova profissão. Sempre tivemos uma câmera fotográfica em casa (e tenho tristeza por não tê-las guardadas de lembrança), então aprender técnicas para fotografar sempre foi uma vontade. Decidi me matricular em uma escola de fotografia para saber mais, até que um curso que eu desejava fazer em outra área abrisse turma. Pronto! Foi o fim de um e o inicio de tudo na fotografia. Nunca mais voltei para saber do outro curso.
Foi mágico aprender como todo o processo acontece! E dali o Universo se encarregou de ir me colocando no caminho certo que é o da fotografia de família lifestyle. Mas o start maior foi quando em um workshop de fotografia de família, na parte prática me peguei pensando qual seria o sentimento daquela família fotografada ao ver as fotos anos e anos depois.
“Ok Carla,mas qual a relação disso tudo com o tal vídeo que você assistiu?”
Simples, a paixão por fotos sempre esteve comigo e eu sempre adorei estar com e conhecer pessoas! Adoro um bate papo e sou daquelas que até em fila de banco arranja ouvidos para ouvir quem está disposto a se abrir de forma positiva. E aí as peças se uniram e me mostraram meu maior potencial profissional. E o que é a fotografia de família se não contar uma parte da história de um grupo de pessoas que se amam?
E toda vez que trato fotos de um trabalho de família, o mesmo questionamento me vem a cabeça: o que será que esta família irá sentir daqui anos e anos ao rever as fotos?
Hoje ainda não tenho como saber, mas ao mesmo tempo que me pergunto, desejo em silêncio que seja a melhor memória possível. Afinal, lembranças e memórias e recordações é o que levamos da vida, não é?
Gratidão!